Análise técnica: O que mudou no carro da Red Bull para destravar a vitória de Verstappen em Monza
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Fonte da imagem: The-Race.comMesmo em um ano de domínio quase absoluto da McLaren, a vitória de Max Verstappen no GP da Itália mostrou que a Red Bull ainda pode encontrar soluções técnicas capazes de recolocá-la no topo. O segredo, segundo Gary Anderson, esteve em ajustes cruciais na asa dianteira e no equilíbrio aerodinâmico que transformaram o comportamento do RB21.
O ponto de virada em Monza
Na edição de 2024, Verstappen havia terminado apenas em sexto, insatisfeito com a falta de equilíbrio do carro. Parte do problema estava na configuração da asa dianteira, cujo elemento dianteiro estava ligado diretamente ao bico, sem espaço para um slot gap. Isso obrigou a equipe a adotar um desenho incomum no flap traseiro da asa, comprometendo o fluxo de ar em direção ao assoalho.

Em 2025, a Red Bull trouxe uma abordagem diferente. O novo slot gap garantiu maior consistência aerodinâmica, e o flap traseiro manteve-se dentro de um padrão mais previsível, evitando distúrbios no fluxo de ar. O resultado foi um carro que respondia melhor às mudanças de velocidade e oferecia mais confiança a Verstappen, especialmente nas curvas de alta.
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Ajustes além da asa dianteira
O ganho em Monza não se limitou à asa. A Red Bull também explorou variáveis de acerto como altura de rodagem e rigidez vertical, elementos que alteram a forma como o carro distribui carga aerodinâmica. Aparentemente, o centro de pressão do assoalho passou a se mover mais para trás em alta velocidade, o que trouxe mais aderência dianteira em curvas lentas e médias, sem perder estabilidade nas rápidas.

Esse equilíbrio permitiu que o time usasse uma asa traseira menos carregada, reduzindo o arrasto e aumentando a velocidade de reta — fator determinante em Monza.
Verstappen no seu “ponto ideal”
Um carro com subesterço é a maior frustração para Verstappen. O pacote em Monza, porém, ofereceu exatamente o que ele gosta: frente responsiva e traseira estável. Assim, mesmo contra uma McLaren ainda superior no conjunto da temporada, a Red Bull conseguiu transformar a oportunidade em vitória.
O triunfo foi a terceira vitória do holandês em 2025, mas possivelmente a mais simbólica, mostrando que o time ainda sabe encontrar soluções técnicas eficazes quando tudo parece perdido.
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O que esperar para Baku?
A grande questão é se esse avanço foi circunstancial ou sustentável. Baku, com características semelhantes a Monza em termos de baixa carga aerodinâmica, será o teste perfeito. Caso a Red Bull consiga repetir o equilíbrio alcançado na Itália, Verstappen pode novamente se colocar entre os McLarens e atrapalhar a sequência dominante da equipe papaya.
Se isso acontecer, a briga estratégica na frente promete ser intensa — não apenas entre rivais, mas também dentro da própria McLaren, que pode ver Verstappen complicar sua gestão de equipe.
Fonte: The-Race.com

