Análise técnica: Como as equipes equilibraram refrigeração e downforce na Hungria – e por que a McLaren brilhou
Anúncios
.webp)
Análise técnica: Como as equipes equilibraram refrigeração e downforce na Hungria – e por que a McLaren brilhou
O Grande Prêmio da Hungria mais uma vez testou ao limite o equilíbrio técnico das equipes da Fórmula 1. O traçado do Hungaroring, famoso por recompensar carros com alto nível de downforce, também coloca à prova a eficiência dos sistemas de refrigeração, principalmente sob o calor típico de Budapeste e o perfil travado, com poucas retas para resfriar motores e freios.
A combinação de curvas longas (muitas vezes feitas com as rodas dianteiras esterçadas por muito tempo) e o pouco fluxo de ar direto para os radiadores faz com que as equipes tenham de abrir generosamente a carroceria, expondo mais as saídas de ar — uma solução que sempre cobra um preço aerodinâmico importante.
Anúncios
O dilema da refrigeração: abrir ou perder desempenho?
A Red Bull ilustrou bem o dilema em Budapeste: nas imagens técnicas de Giorgio Piola, ficou claro como a equipe aumentou consideravelmente a área de saída de ar quente na base da cobertura do motor entre sexta e sábado. Isso porque mexer na área de entrada não é prático — toda a estrutura do carro é desenhada em torno dessa geometria.
Assim, a refrigeração é ajustada via abertura de louvres (saídas extras na parte superior) e o próprio vão traseiro da cobertura. Só que ambos afetam negativamente o fluxo aerodinâmico: os louvres atrapalham o ar que gera downforce sobre a carroceria, e a saída traseira, quando ampliada, interfere justamente na região crítica de convergência dos fluxos laterais para o difusor e beam wing.
Na sexta-feira, Verstappen rodou apenas com louvres abertos ao máximo, mantendo a saída traseira reduzida. Tsunoda, por outro lado, usou ambos — louvres e saída traseira ampliada. Sinal de que o carro de Verstappen estava no limite do resfriamento, ele foi convertido para esse setup mais aberto no sábado, sugerindo risco de superaquecimento já na sexta.
Refrigeração eficiente: o segredo da McLaren
Enquanto a Red Bull fazia ajustes drásticos para não sacrificar o motor, a McLaren seguiu seu caminho próprio — e isso pode explicar parte do domínio papaya na Hungria. O MCL39 raramente usa louvres tradicionais, preferindo “orelhas” de resfriamento cujas aberturas podem ser moduladas.
Em Budapeste, a McLaren passou todo o fim de semana com essas orelhas apenas um pouco mais abertas do que o padrão, mantendo uma área de saída sob a cobertura do motor relativamente pequena — um feito impressionante considerando as altas temperaturas.
O segredo desse pacote de refrigeração da McLaren permanece guardado, mas a eficiência do sistema é notória desde Mônaco, onde a equipe já havia se destacado por usar saídas de ar menores que outras equipes, mesmo com o mesmo motor Mercedes.
A integração do sistema de refrigeração com a aerodinâmica dos freios também contribui para um carro equilibrado e eficiente, ajudando a explicar por que o time é hoje referência em performance aerodinâmica.
Anúncios
Conclusão: onde está o diferencial McLaren
O que diferencia a McLaren em 2025 é sua capacidade de manter o carro funcionando no limite aerodinâmico, sem comprometer a refrigeração — algo que poucos rivais conseguem no Hungaroring. Enquanto outras equipes precisam abrir mão de downforce para manter o motor seguro, a McLaren segue forte nos dois aspectos.
A harmonia entre todos esses sistemas reforça o status do MCL39 como o carro a ser batido nesta fase do campeonato, especialmente em circuitos técnicos e exigentes como a Hungria.
Fonte: Formula1.com
Related Posts

Red Bull descarta copiar Racing Bulls para resolver crise do RB21: 'Não há transferência possível entre carros tão diferentes', afirma Mekies
Read More