Alpine vê em Austin chance de reação após meses sem pontuar na F1

A Alpine vive um dos períodos mais difíceis da sua história recente na Fórmula 1. Sem pontuar desde o GP da Bélgica, no fim de julho, a equipe francesa chega a Austin tentando reencontrar o caminho da competitividade.

Mesmo em último lugar no campeonato de construtores e com um carro que perdeu ritmo de desenvolvimento, Pierre Gasly e Franco Colapinto acreditam que o Circuito das Américas pode oferecer uma chance real de recuperação.

Gasly aposta em pistas mais adequadas ao A525

Depois de mais um fim de semana frustrante em Singapura, Gasly mantém o otimismo para a reta final da temporada. O francês acredita que as próximas corridas — especialmente nos Estados Unidos, México e Brasil — podem valorizar características do A525 que ficaram escondidas em circuitos de rua e pistas de baixa aderência.

“Estamos longe do nível de competitividade que gostaríamos, mas acredito que dias melhores virão. As últimas seis corridas devem se ajustar melhor ao nosso carro”, afirmou o piloto.

Gasly revelou ainda que as mudanças de acerto em Singapura trouxeram dados importantes para entender o comportamento do Alpine. Segundo ele, as análises feitas em Enstone identificaram anomalias no pacote aerodinâmico, e a equipe trabalhará em soluções específicas para o GP de Austin.

“Fizemos alterações para compreender melhor o carro. Descobrimos pontos interessantes que vão nos ajudar a progredir”, completou.

Colapinto busca primeiros pontos e alívio na pressão

Enquanto Gasly tenta encontrar ritmo, Franco Colapinto vive uma situação mais delicada. O argentino é o único piloto do grid sem pontos em 2025 e ainda não tem vaga garantida para 2026, ameaçado pelo reserva Paul Aron.

Mesmo assim, o estreante mantém a esperança de pontuar antes do fim do campeonato.

“Sabemos que as últimas corridas foram complicadas, mas estamos unidos e aprendendo a cada fim de semana. Algumas pistas que vêm pela frente devem nos favorecer”, disse Colapinto.

O jovem piloto destacou que, apesar do desempenho limitado em Singapura, houve sinais positivos:

“Tive um bom início de prova e algumas boas batalhas. Faltou ritmo para alcançar o top 10, mas aprendemos bastante.”

De volta à fábrica em Enstone, Colapinto participou de reuniões técnicas e simulações visando o GP dos Estados Unidos, primeira etapa da sequência americana que inclui também México e Las Vegas.

O desafio de Austin

O Circuito das Américas é conhecido por combinar setores de alta e baixa velocidade, com curvas longas que exigem boa tração e estabilidade — pontos onde o Alpine tem oscilado. Ainda assim, a equipe acredita que o asfalto norte-americano e as condições de temperatura podem reduzir a degradação de pneus, um dos principais problemas do A525.

Além disso, por ser um fim de semana com formato sprint, haverá mais oportunidades de marcar pontos. Gasly, que tem histórico positivo em Austin, acredita que isso pode fazer a diferença.

“O formato sprint abre novas chances. É preciso aproveitar qualquer oportunidade, mesmo que pequena”, reforçou o francês.

Uma reta final de testes e reconstrução

Com a equipe voltando seus esforços técnicos para o projeto de 2026, as corridas restantes servirão também como laboratório para validar conceitos de chassi e refrigeração que serão usados no próximo carro.

Mesmo com a falta de resultados, o clima interno segue de perseverança. A meta é simples: pontuar novamente antes do fim da temporada e encerrar o campeonato com sinais concretos de evolução.

“Queremos terminar o ano de forma digna, com uma base sólida para 2026”, concluiu Gasly.

Fonte: Motorsport.com.br