Análise Técnica: Por que as novas atualizações da Red Bull fracassaram no GP do México 2025

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A Red Bull trouxe um novo assoalho e revisões na refrigeração para o GP do México, mas o calor e a altitude expuseram limitações aerodinâmicas e térmicas do RB21 frente à McLaren.Fonte da imagem: Formula1.com / Giorgio Piola Design

Análise Técnica: Por que as novas atualizações da Red Bull fracassaram no GP do México 2025

A Red Bull chegou à Cidade do México com uma nova atualização do RB21, focada em aprimorar o fluxo de ar lateral e melhorar a eficiência térmica em um dos circuitos mais exigentes do calendário.
Mas o que parecia ser um avanço técnico acabou se transformando em um fim de semana frustrante para Max Verstappen, que viu Lando Norris e a McLaren dominarem o ritmo de corrida.

Nesta análise, detalhamos as mudanças no assoalho e na refrigeração e explicamos por que o pacote não funcionou nas condições extremas do Autódromo Hermanos Rodríguez.

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Assoalho revisado: mais carga, mas menor consistência aerodinâmica

A equipe austríaca introduziu uma versão retrabalhada do assoalho estreado em Monza, descrita internamente como um “make-from” — ou seja, uma peça modular adaptada a partir do modelo anterior.

As mudanças incluem:

  • A borda superior do assoalho foi levemente rebaixada;
  • O perfil das asas laterais (“floor edge wings”) recebeu um novo desenho para otimizar o fluxo de ar;
  • E o contorno do sidepod foi redesenhado para redirecionar o ar de forma mais eficiente, aumentando a carga e o resfriamento.

Comparativo do assoalho – Tsunoda x Verstappen

🔍 Acima: o carro de Yuki Tsunoda (versão antiga); abaixo: o de Verstappen (versão com novo contorno e ajustes na geometria do assoalho).

Segundo os engenheiros da Red Bull, o objetivo era gerar “um pouco mais de carga mantendo a estabilidade do fluxo”.
O problema: em altitude elevada, onde o ar é 25% menos denso, o fluxo de ar sob o carro perde pressão, reduzindo o efeito solo — o que tornou o RB21 instável e subesterçante durante as long runs.


A refrigeração forçada e o desafio da altitude

Para lidar com as temperaturas altas e o ar rarefeito da Cidade do México (a mais de 2.200 m acima do nível do mar), a Red Bull ampliou as saídas de ar no capô do motor, criando grandes aberturas para melhorar a troca térmica.

Diferença nas aberturas – Budapeste x México

🔍 À esquerda: configuração usada em Budapeste; à direita: as aberturas ampliadas vistas em México.

Paul Monaghan, chefe de engenharia de pista, explicou:

“Com o ar menos denso, precisamos de um volume maior para o mesmo efeito de resfriamento. A maioria dos carros é limitada pela saída, não pela entrada, então aumentamos a área de exaustão.”

O efeito colateral foi a aerodinâmica mais suja na parte traseira — o ar quente saindo pelos dutos gerou turbulência extra e comprometeu a estabilidade em curvas de média e baixa velocidade.
Enquanto isso, a McLaren manteve carrocerias quase idênticas às de pistas planas, demonstrando superior controle térmico e eficiência de refrigeração.

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Quando o acerto atrapalha

Na sexta-feira, Verstappen havia liderado o FP2 com um acerto agressivo, que favorecia o aquecimento rápido dos pneus e a resposta dianteira.
No sábado, para evitar superaquecimento, o time optou por uma configuração mais conservadora — que resultou em forte subesterço e desgaste traseiro acentuado.
Essa mudança fez o RB21 perder tração e estabilidade, tornando-o 0.3s mais lento por volta que o MCL39 em ritmo de corrida.

Os dados indicam que a Red Bull perdeu eficiência na faixa de 180–230 km/h, especialmente nas curvas 7, 8 e 9 — zonas críticas onde a McLaren, mais equilibrada, manteve tração constante.


Lições técnicas e perspectiva

Apesar do desempenho decepcionante, o time de Milton Keynes acredita que o pacote aerodinâmico em si não é o culpado, e sim a combinação de fatores climáticos e limitações de setup.

“O carro evoluiu bem desde Monza”, disse Monaghan. “Mas essas máquinas são complexas; se um parâmetro sai do ponto, todo o equilíbrio desmorona.”

O que fica evidente é que o RB21 é extremamente sensível a condições extremas, algo que a McLaren — com seu controle térmico aprimorado e equilíbrio estável — conseguiu explorar ao máximo.

Panorama técnico – GP do México 2025

🔹 Assoalho revisado

  • Alteração: nova borda e geometria lateral.
  • Resultado em pista: ganho de downforce, mas com fluxo de ar instável.
  • Impacto: ⚠️ inconsistência aerodinâmica perceptível em curvas médias e lentas.

🔹 Refrigeração do motor

  • Alteração: aberturas maiores nas laterais do sidepod.
  • Resultado em pista: melhor resfriamento do motor, porém aumento de turbulência.
  • Impacto: 🔥 perda de eficiência aerodinâmica e equilíbrio traseiro afetado.

🔹 Configuração de suspensão

  • Alteração: ajuste mais conservador para reduzir o desgaste dos pneus.
  • Resultado em pista: menor degradação, mas tendência forte ao subesterço.
  • Impacto: ⚙️ carro difícil de pilotar e com resposta dianteira limitada.

🔹 Equilíbrio térmico

  • Alteração: comprometido pela altitude e densidade do ar.
  • Resultado em pista: pneus traseiros superaquecendo rapidamente.
  • Impacto: ❌ ritmo de corrida inferior, perda de tração em long runs.

🔹 Comparativo McLaren x Red Bull

  • Alteração: MCL39 exibiu controle térmico superior.
  • Resultado em pista: ritmo médio 0.3s/volta mais rápido que o RB21.
  • Impacto: 🟠 vantagem clara da McLaren em eficiência e consistência.

No fim, o GP do México foi um alerta técnico para a Red Bull: o RB21 ainda é veloz em pista fria e de baixa altitude, mas se mostra vulnerável em condições extremas.
Enquanto isso, a McLaren se consolida como o carro mais equilibrado e termicamente eficiente do grid — uma vantagem crucial antes da etapa em Interlagos.


Fonte: Formula1.com

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