Por que a revolução das ultrapassagens de 2026 pode ser o maior risco da F1 moderna

Anúncios

As novas regras de 2026 prometem transformar as disputas por posição na Fórmula 1, mas especialistas alertam: a revolução das ultrapassagens pode gerar caos e imprevisibilidade em excesso.Fonte da imagem: The-Race.com

Por que a revolução das ultrapassagens de 2026 pode ser o maior risco da F1 moderna

A Fórmula 1 promete viver uma revolução em 2026 — e desta vez, não será apenas sob o capô. As mudanças no regulamento técnico, que alteram o equilíbrio entre motor a combustão e energia elétrica e introduzem a aerodinâmica ativa, podem mudar completamente a forma como os pilotos ultrapassam.

Mas por trás da empolgação, há um alerta crescente: essa revolução pode ser arriscada demais.

Anúncios

Novos pontos de ultrapassagem

Simulações iniciais feitas pelas equipes indicam que as ultrapassagens poderão ocorrer em locais até então improváveis.

Com o novo sistema híbrido, que dividirá igualmente a potência entre motor e energia elétrica (50/50), os pilotos terão de gerenciar com cuidado o uso da bateria — inclusive o novo override mode, um botão de potência extra que funcionará como um “turbo de ultrapassagem”.

James Vowles, chefe da Williams, explica:

“Em circuitos como Spa, onde normalmente só há uma ou duas oportunidades de ultrapassagem, o uso estratégico do modo extra de energia poderá abrir novas possibilidades em vários trechos da pista.”

Na prática, isso significa que um piloto poderá atacar em diferentes partes do circuito, dependendo de como administra a energia disponível.
Por exemplo, quem guardar bateria entre as Lesmos em Monza pode usar esse impulso na reta até a Ascari, criando múltiplas oportunidades por volta.

Mas há um risco embutido: quem errar o momento da descarga de energia poderá ficar vulnerável na volta seguinte — uma dinâmica que transforma cada volta em um jogo de xadrez energético.

Aerodinâmica ativa: o fator que pode embaralhar tudo

Se o gerenciamento de energia já promete complicar as disputas, a nova aerodinâmica móvel vai elevar o nível da complexidade.

A partir de 2026, os carros usarão asas dianteiras e traseiras com flaps móveis que alternam entre modo de reta e modo de curva. A ideia é reduzir o arrasto e diminuir o consumo de energia elétrica nas retas.

Na teoria, isso tornaria as corridas mais equilibradas — mas a prática será bem mais complicada.
As equipes precisarão escolher entre mais carga aerodinâmica nas curvas (e mais arrasto) ou menos resistência ao ar nas retas (mas com menor aderência).

“O modo de reta será parecido com o DRS atual, mas o desafio está em combinar isso com a gestão de energia”, explicou David Sanchez, diretor técnico da Alpine.

Essa combinação cria um dilema:

  • Um carro com mais downforce será rápido nas curvas, mas lento nas retas, precisando gastar mais bateria.
  • Já um carro com menos arrasto será veloz nas retas, mas perderá desempenho nas curvas — e pode ser facilmente superado em trechos sinuosos.

Ou seja, ultrapassar pode virar uma dança de troca de posições: um carro mais leve no ar passa na reta, mas é repassado na curva seguinte.

As zonas de ativação e o “jogo do gato e rato”

Outro ponto que aumenta a incerteza é o fato de que a FIA definirá as zonas de ativação e duração do modo de ultrapassagem corrida a corrida.

Anúncios

Além disso, a distância mínima entre os carros para habilitar o override mode será variável — o que significa que cada circuito terá um comportamento único em disputas diretas.

Se os parâmetros forem muito permissivos, as ultrapassagens poderão se tornar triviais. Se forem muito restritivos, o efeito pode ser o oposto.

Há também a introdução de uma taxa de decaimento da potência, o que cria uma janela curta em que o piloto que acerta o tempo do modo de ultrapassagem poderá ter alguns segundos de vantagem elétrica antes que a energia se esgote — suficiente para definir a manobra.

O risco do excesso

Com tantos elementos novos — override mode, aerodinâmica ativa e estratégias de regeneração —, 2026 pode trazer uma avalanche de ultrapassagens.

Em teoria, soa empolgante. Mas há quem tema que a F1 possa ultrapassar o ponto do equilíbrio.

“Se os carros começarem a trocar posições várias vezes por volta, a emoção desaparece. O excesso de ultrapassagens pode ser tão prejudicial quanto a escassez”, alerta um engenheiro ouvido pelo The Race.

Esse foi o mesmo problema enfrentado no início da era do DRS, quando as ultrapassagens se tornaram previsíveis e sem valor competitivo.

O grande desafio da FIA será calibrar as zonas de ativação e a potência do modo de ultrapassagem para evitar que o espetáculo vire caos.

Ainda assim, como prevê Andy Cowell, chefe da Aston Martin, “haverá surpresas” — e o início de 2026 deve ser um grande laboratório em tempo real, com as equipes e a própria F1 ajustando o novo formato de corrida ao longo do ano.


Fonte: The-Race.com

Related Posts

Análise Técnica: Por que as novas atualizações da Red Bull fracassaram no GP do México 2025
destaque

Análise Técnica: Por que as novas atualizações da Red Bull fracassaram no GP do México 2025

Read More
Análise dos Treinos Livres do GP do México 2025: Verstappen lidera, McLaren domina ritmo de corrida e Ferrari mostra evolução
destaque

Análise dos Treinos Livres do GP do México 2025: Verstappen lidera, McLaren domina ritmo de corrida e Ferrari mostra evolução

Read More
GP do México 2025: Leclerc domina o FP1 e Verstappen reage com volta imbatível no FP2
destaque

GP do México 2025: Leclerc domina o FP1 e Verstappen reage com volta imbatível no FP2

Read More
Se inscreva em nossa newsletter e continue ligado com o melhor dos conteúdosInscrever-se

Este site não é afiliado à Formula 1. Leia nosso Disclaimer e Política de Privacidade.

© 2024 Box Box Radio. Todos os direitos reservados.

version: 3.6.3