A reta final da temporada 2025 da Fórmula 1 promete ser uma batalha intensa entre Max Verstappen, Oscar Piastri e Lando Norris, com a Red Bull retomando força e a McLaren tentando resistir à pressão.
Após um fim de semana desastroso no GP dos Estados Unidos, o australiano da McLaren viu sua vantagem no campeonato diminuir e agora encara dois adversários em fases opostas: um companheiro em alta e um tetracampeão em ascensão.

🇲🇽 México: o desafio da altitude e da paciência

O Autódromo Hermanos Rodríguez é um dos circuitos mais peculiares do calendário: altitude elevada, curvas de média velocidade e uma longa reta que engana.
Apesar do trecho rápido, as equipes optam por altos níveis de downforce para encarar o miolo técnico entre as curvas 7 e 11 — uma seção onde é fácil perder aderência e tempo.

Esse é um território tradicionalmente favorável à Red Bull, cuja estabilidade aerodinâmica em pistas com superfícies irregulares tem sido uma de suas maiores armas. O RB21 mantém bom equilíbrio em alturas de rodagem elevadas — cruciais para evitar danos ao assoalho nos trechos mais acidentados.

A McLaren, por outro lado, tende a sofrer. O MCL39 brilha em curvas rápidas e fluidas, quase inexistentes no traçado mexicano.

A Ferrari, que foi bem no México em 2024, deve enfrentar dificuldades: o SF-25 não tem se adaptado bem a pistas onduladas e ainda lida com um problema estrutural não revelado pela equipe.

Além disso, a Pirelli introduzirá um salto de compostos: C1 como duro, C3 como médio e C4 como macio — uma combinação que deve favorecer estratégias de duas paradas.
Mas, se repetir o cenário de Austin, com o duro sendo até 1.5s mais lento por volta, as equipes podem preferir o médio-macio, transformando o GP em uma corrida de gestão de pneus e cabeça fria — algo em que Verstappen historicamente se destaca.

🇧🇷 Brasil: equilíbrio e emoção em Interlagos

O Autódromo José Carlos Pace é sinônimo de imprevisibilidade.
Com setores de alta e baixa velocidade, exige um acerto de compromisso, semelhante ao de Spa-Francorchamps, mas com o bônus (ou desafio) da altitude paulistana.

Em condições normais, a McLaren seria favorita: o MCL39 se comporta muito bem em circuitos de alta eficiência aerodinâmica. O trecho do “S do Senna” até a Descida do Lago é perfeito para o carro britânico, que gera carga sem sacrificar velocidade de reta.
Entretanto, como reconheceu Andrea Stella, chefe da McLaren, “as fraquezas da Red Bull em pistas de alta carga não são mais tão claras”.

Com isso, Verstappen deve ser um forte candidato à vitória também em São Paulo.
Mercedes pode aparecer bem: o W16 se adapta melhor a pistas irregulares do que o carro da Ferrari, que continua vulnerável em superfícies com ondulações.

🎰 Las Vegas: retas, frio e imprevisibilidade

O circuito urbano de Las Vegas volta em 2025 com pequenas mudanças e um novo horário de largada, duas horas mais cedo, o que deve reduzir as baixas temperaturas da edição anterior.
Mesmo assim, é uma pista de baixa carga aerodinâmica, o que favorece Ferrari e Red Bull.

A McLaren, por sua vez, enfrenta novamente seu calcanhar de Aquiles: desempenho limitado em pistas de pouca carga e alta velocidade.
O MCL39, eficiente no uso de pneus, não encontrará grandes vantagens térmicas aqui, já que o frio não será tão intenso quanto em 2024.

Ferrari deve capitalizar: o SF-25 mostra bons resultados em pistas lisas e com longas retas, como em Monza.
A Mercedes é uma incógnita — alternando entre atuações dominantes e apagadas —, mas pode surpreender com seu desempenho em baixas temperaturas, como nos últimos dois anos.

Verstappen, que teve papel coadjuvante no ano passado, chega com um carro mais estável em modo de baixa carga, resultado direto do avanço aerodinâmico da Red Bull.
Favorito ao triunfo, o holandês pode sair de Vegas ainda mais próximo da liderança do campeonato.

🏎️ Qatar: o território da McLaren

O Circuito de Losail é rápido, fluido e com poucas frenagens bruscas — cenário ideal para a McLaren.
No entanto, o histórico recente alerta: no GP de 2024, a equipe dominou o sprint, mas teve desempenho apagado na corrida principal.

As altas temperaturas e a exigência física dos pneus serão fatores críticos, mesmo com a corrida disputada à noite.
A Ferrari pode ser a surpresa: o traçado favorece curvas de raio constante, que reduzem a instabilidade do SF-25 em mudanças rápidas de direção.
Se os pilotos acertarem na classificação, o time de Maranello pode se inserir na briga pelo pódio.

🏁 Abu Dhabi: encerramento em território neutro

O Yas Marina Circuit combina retas longas com curvas médias e rápidas — uma pista em que eficiência aerodinâmica é determinante.
Nos últimos anos, seria terreno garantido da McLaren, mas a evolução da Red Bull muda o cenário.

Com um carro mais equilibrado em downforce e menos sensível ao arrasto, Verstappen deve estar muito mais próximo da pole e da vitória.
Em 2024, ele ficou a apenas três décimos de Piastri, mesmo já campeão mundial — um indício de que o equilíbrio entre as duas equipes está mais apertado.

No pelotão intermediário, Mercedes e Williams prometem boas disputas, enquanto a Alpine tenta encerrar um ano frustrante buscando pontos em condições de corrida mais frias.

📊 Projeção de força — últimas 5 corridas de 2025

Fonte: Motorsport.com