Forças e fraquezas de cada carro da Fórmula 1 em 2025: uma análise detalhada após sete etapas

Os oito primeiros Grandes Prêmios da temporada 2025 da Fórmula 1 passaram rapidamente, mas ofereceram um panorama claro das principais forças e fraquezas dos dez carros do grid.

A equipe do The Race analisou o desempenho das máquinas em diversas condições e pistas — de Albert Park a Mônaco —, combinando observações de pista, dados técnicos e conversas com pilotos e engenheiros para formar uma visão abrangente do cenário atual.

Sauber

O Sauber C45 exemplifica o quão acirrada está a competição em 2025. Apesar de estar, em média, apenas 1,7% atrás do ritmo dos líderes, isso é suficiente para colocá-lo como um dos últimos no grid. Sua força está no desempenho de classificação, especialmente com pneus macios novos, o que permite que, ocasionalmente, seus pilotos Gabriel Bortoleto e Nico Hulkenberg avancem ao Q2.

Por outro lado, a principal fraqueza é a tendência ao subesterço e a falta de downforce, como apontou Beat Zehnder, diretor de operações da equipe.

Alpine

O Alpine A542 apresenta um chassi competitivo, destacando-se especialmente nas curvas rápidas e em tração, características que, infelizmente, não se converteram em bons resultados.

O maior limitador está no motor: há um déficit conhecido de cerca de 20 cavalos de potência, agravado pela ineficiência do sistema de recuperação de energia (ERS). Isso prejudica o desempenho em trechos de corrida mais longos. Pierre Gasly admitiu que há pistas onde a equipe sofrerá mais. A expectativa está na mudança para motores Mercedes em 2026.

Racing Bulls

A VCARB 02 surpreendeu ao se firmar como protagonista no meio do pelotão, apesar de uma pré-temporada discreta. O carro é elogiado por sua dirigibilidade, permitindo que Yuki Tsunoda e Isack Hadjar regularmente disputem pontos.

A deficiência está nas curvas de alta velocidade, reflexo da falta de downforce. Uma atualização em Imola trouxe melhorias, mas a equipe ainda busca converter melhor suas oportunidades em pontos.

Aston Martin

O AMR25 evoluiu em estabilidade em relação ao ano anterior, mas não a ponto de transformar a equipe em ameaça constante na zona de pontos. Seu ponto forte está nas curvas rápidas, mas a grande fraqueza está nas curvas lentas, descritas por Fernando Alonso como pontos onde o carro "morre".

O pacote de atualizações apresentado em Imola trouxe avanços em todas as faixas de velocidade, dando sinais positivos para o restante da temporada.

Haas

A Haas destaca-se pelo bom equilíbrio geral do carro, conseguindo competir no meio do pelotão mesmo sendo, em média, a nona mais rápida. O principal revés aconteceu na Austrália, onde sofreu com oscilações aerodinâmicas (bouncing) em alta velocidade.

Rapidamente, a equipe respondeu com atualizações introduzidas no Japão e posteriormente em Imola, buscando evitar o retorno desse problema.

Williams

A Williams é um destaque absoluto no meio do grid, tendo acumulado 50 pontos — apenas sete a menos do que a soma de Sauber, Alpine, Aston Martin, Racing Bulls e Haas.

Seu desempenho é excelente em curvas médias e rápidas, além de ser competente nas lentas e simples. A fraqueza persiste nas curvas lentas e longas, onde combinações de frenagem e entrada são exigidas. Segundo James Vowles, a equipe reduziu significativamente essa limitação desde 2023, mas ela ainda persiste.

Ferrari

O SF-25 tem como principal virtude o ritmo de corrida, frequentemente superando as limitações demonstradas nas classificações. O problema está na necessidade de comprometer a altura do carro para evitar desgaste excessivo do assoalho, prejudicando o desempenho em curvas lentas.

Fred Vasseur reconhece que extrair o potencial pleno do carro depende de ajustes estruturais, especialmente na suspensão traseira. Charles Leclerc é cético quanto a soluções milagrosas no curto prazo.

Red Bull

O RB21 venceu duas corridas com Max Verstappen, mas ainda não alcançou a consistência da McLaren. O carro brilha em curvas rápidas, como visto em Imola, mas sofre em pistas com grande variedade de velocidades, tornando difícil encontrar equilíbrio.

Outra fraqueza está no gerenciamento da temperatura dos pneus traseiros, especialmente quando a temperatura do núcleo é determinante, o que não foi o caso em Imola, onde Verstappen brilhou.

Mercedes

A Mercedes construiu um carro equilibrado, capaz de gerar downforce em diferentes tipos de curvas, com boa eficiência aerodinâmica e tração. O desempenho tem sido sólido, com George Russell alcançando quatro pódios e Kimi Antonelli conquistando a pole na Sprint em Miami.

Entretanto, a equipe ainda sofre com problemas de adaptação a temperaturas elevadas — um fantasma de 2024 que persiste. Russell resume: "quando está quente, não andamos; quando está frio, somos rápidos".

McLaren

A McLaren é a referência de 2025, vencendo cinco das sete provas disputadas e liderando confortavelmente o campeonato de construtores.

O carro gera alto downforce em diferentes velocidades e possui excelente gerenciamento da temperatura dos pneus traseiros, qualidade crucial em pistas como Miami. A FIA analisou e validou o design da McLaren, após questionamentos sobre sua carenagem das rodas.

Sua maior fraqueza está na falta de sensibilidade no eixo dianteiro, atribuída à rigidez da suspensão. Isso afeta mais Lando Norris, que, especialmente em classificações, comete mais erros devido à dificuldade de adaptação.

A temporada promete novas reviravoltas, especialmente com a iminente implementação da regulamentação sobre flexibilidade das asas dianteiras no GP da Espanha. Isso pode alterar significativamente a hierarquia e as características dos carros.

Fonte: The Race