GP do Canadá 2025: cinco questões-chave para acompanhar em Montreal

O GP do Canadá 2025 desembarca neste fim de semana em Montreal com dez voltas de perguntas bem além das ultrapassagens tradicionais. Das preocupações com a superlicença de Max Verstappen à crescente tensão interna na McLaren, o retorno de Lewis Hamilton a um circuito que marcou sua carreira, os desafios de adaptação de Franco Colapinto e o surpreendente momento da Sauber, há muito para observar antes mesmo da largada.

1. A sombra da suspensão de Verstappen

Com 11 pontos de punição na superlicença, Max Verstappen corre contra o relógio para evitar mais dois pontos que resultariam em uma suspensão automática — o que o tiraria do GP da Áustria em Spielberg, casa da Red Bull. Seus primeiros dois pontos expiram somente em 30 de junho, mas ele não pode se dar ao luxo de qualquer incidente em Montreal ou em Silverstone. Embora seu estilo agressivo tenha valido quatro títulos, o holandês pode ser forçado a moderar manobras em Curva 10 ou na mítica Ilha Ile Notre-Dame. Equilibrar velocidade e cautela será um teste raro ao paladar de Verstappen.

2. Disputa interna Piastri vs. Norris ganha nova dimensão

A McLaren virou referência de desempenho em 2025 e, com 49 pontos de vantagem, Oscar Piastri se tornou o principal rival de Lando Norris — e não mais Verstappen. Essa dupla inglesa divide o mesmo carro e o mesmo teto de resultados, o que tende a criar tensões difíceis de administrar. Ainda não vimos um duelo direto dos dois por uma vitória, mas em pistas como Montreal, onde ultrapassagens no final da reta podem aproximá-los em disputa pura, a primeira batalha tête-à-tête de 2025 pode sair das simulações e acontecer de verdade.

3. Hamilton retorna a um dos seus circuitos favoritos

Foi em Montreal, em 3 de junho de 2007, que Lewis Hamilton conquistou sua primeira vitória na F1 — marco que desencadeou sua trajetória de sucesso. Agora, de volta ao traçado com curvas de média velocidade e frenagens fortes, o britânico busca ressurgir após um início de temporada complicado com a Ferrari SF-25. Se por um lado as zonas de freada pesadas podem ajudá-lo a encontrar confiança, por outro a falta de ritmo consistente em alta velocidade ainda preocupa. Uma performance sólida aqui poderia reacender a chama de quem já brilhou sob as luzes do Circuito Gilles Villeneuve.

4. Colapinto precisa reagir — e rápido

Franco Colapinto estreou na Alpine com expectativas altas, mas até agora acumulou resultados discretos e cerca de um segundo atrás de Pierre Gasly nos treinos livres. Montreal, com seu mix de setores técnicos e reto final, será um termômetro para o argentino de apenas nove GPs de experiência. Se Colapinto conseguir colocar o A525 perto do companheiro já no primeiro treino, ganhará confiança para as fases decisivas do fim de semana. Flavio Briatore elogiou o potencial da dupla, mas ressalvou a necessidade de performance imediata — pressão extra para o jovem de 22 anos.

5. Prova decisiva para a Sauber consolidar progresso

A Sauber foi a grande surpresa do GP da Espanha, com Nico Hulkenberg conquistando um quinto lugar graças a um Safety Car tardio, enquanto Gabriel Bortoleto ficou perto da Q3 em 12º. As atualizações no assoalho, motor e endplates surtiram efeito, elevando a equipe suíça ao mesmo ponto de Aston Martin na tabela. Mas Montreal é pista de baixíssima carga aerodinâmica, com zebras traiçoeiras e curvas de média velocidade — cenário bem diferente de Barcelona. “Precisamos ver se o pacote funciona aqui”, afirmou Wheatley. É hora de confirmar se o avanço é real ou limitado a um traçado específico.

Fonte: Motorsport.com