Revelado: quanto os novatos da F1 podem pagar por uma única sessão de treinos livres
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Participar de uma sessão de treinos livres da Fórmula 1 pode custar caro — muito caro.
De acordo com documentos judiciais revelados durante o processo entre McLaren e Alex Palou, alguns pilotos novatos estão dispostos a pagar valores milionários para garantir uma hora de experiência em pista.
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Um preço milionário para 60 minutos de pista
O caso, analisado em um tribunal de Londres, expôs bastidores pouco conhecidos do mercado de oportunidades para novatos na F1.
Segundo o Motorsport Magazine, o japonês Ryo Hirakawa, campeão das 24 Horas de Le Mans e bicampeão do Mundial de Endurance (WEC), pagou US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 19 milhões) para participar de uma única sessão de treinos livres (FP1) no GP de Abu Dhabi de 2024.
O valor também incluiu duas participações em testes com carros anteriores (Testing of Previous Cars — TPC), usados por equipes para avaliar jovens talentos e desenvolver futuros pilotos de teste.
Na ocasião, Hirakawa substituiu Oscar Piastri na McLaren, marcando sua estreia oficial em um fim de semana de Grande Prêmio.
Desde então, o japonês de 31 anos participou de mais três FP1: pela Alpine no Japão, e com a Haas em Bahrain e Espanha — um percurso incomum para alguém com larga experiência fora da F1, mas que ilustra o alto custo de entrar no radar das equipes.
A obrigação das equipes e o mercado paralelo de oportunidades
Pelas regras atuais da FIA, todas as equipes da F1 são obrigadas a oferecer quatro sessões de FP1 por temporada a pilotos considerados “novatos”, ou seja, com menos de duas participações em corridas oficiais.
Na prática, isso criou um mercado interno altamente competitivo — e, em certos casos, financeiro.
Algumas equipes permitem que pilotos apoiados por patrocinadores, ou com recursos próprios, paguem por essas oportunidades, enquanto outras preferem ceder as vagas a talentos de suas academias.
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Em times com grande procura, como McLaren, Red Bull e Ferrari, esses custos podem atingir cifras milionárias.
A justificativa? Cobrir custos de preparação técnica, danos potenciais ao carro e horas de engenharia dedicadas a um piloto fora da formação regular da equipe.
Um engenheiro consultado pelo RacingNews365 destacou:
“Mesmo que pareça exorbitante, o valor inclui tudo: uso do carro, pessoal de apoio, tempo de simulador e riscos associados. Um treino livre na F1 é um investimento de alto risco e alto retorno.”
O caso Palou: confiança abalada e cláusulas caras
O nome de Hirakawa surgiu nos autos do processo movido pela McLaren contra Alex Palou, piloto da IndyCar, acusado de quebrar contrato após desistir de se juntar à equipe.
Palou argumentou que perdeu a confiança na promessa de uma vaga na F1 em 2023 e decidiu permanecer na Chip Ganassi Racing.
A McLaren, por sua vez, alegou prejuízos e buscou compensação financeira, destacando que Palou havia participado de uma sessão de FP1 nos Estados Unidos em 2022 como parte de um programa pago.
O espanhol justificou que não deve nada à equipe, afirmando, por meio de sua defesa, que a McLaren “recebeu exatamente o que esperava: um piloto reserva por 10 meses e a chance de avaliar seu potencial em um carro de F1”.
O CEO da equipe, Zak Brown, rebateu, revelando um detalhe curioso:
“Até mesmo Lando Norris pagou para fazer parte do nosso programa de desenvolvimento antes de chegar à F1 em 2019.”
A fala expõe uma verdade incômoda do esporte moderno: o talento por si só nem sempre garante uma vaga — o investimento financeiro também pesa.
Um retrato do caminho até a F1
Essas revelações reforçam o quanto o caminho até a Fórmula 1 é financeiramente restritivo.
Mesmo pilotos com credenciais sólidas em outras categorias, como Hirakawa, precisam investir milhões para serem vistos, testados e avaliados.
Enquanto as academias de jovens pilotos (como as da Red Bull, Mercedes e Ferrari) oferecem uma rota mais tradicional, a compra de treinos livres se tornou uma alternativa viável para nomes fora dessas estruturas — especialmente em um cenário onde o número de assentos é limitado e a exposição é essencial.
Para alguns, é um investimento.
Para outros, um risco calculado.
Mas para todos os que sonham com a Fórmula 1, uma hora de pista pode valer tanto quanto um ano inteiro de corridas em outra categoria.
Fonte: RacingNews365.com


