Por que o problema da F1 com corridas na chuva não terá solução tão cedo
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Por que o problema da F1 com corridas na chuva não terá solução tão cedo
O drama da Fórmula 1 com corridas sob chuva forte voltou ao centro das atenções após a etapa de Spa. A longa espera pela largada no domingo, motivada pela preocupação com a visibilidade, reacendeu um debate antigo: por que é tão difícil correr no molhado na era dos carros de efeito solo?
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Não é falta de aderência, é falta de visão
Ao contrário do que muitos pensam, o grande desafio da F1 na chuva não é manter o carro na pista — mas sim enxergar alguma coisa. O spray de água lançado pelo assoalho e pelo difusor das atuais máquinas simplesmente impede os pilotos de verem qualquer coisa à sua frente em alta velocidade.
Pilotos como Max Verstappen foram críticos com a cautela excessiva da FIA, enquanto outros, como George Russell, defenderam a decisão de esperar: "Quando você sai da Eau Rouge a mais de 300 km/h e não vê nada, é como correr vendado. Não é corrida, é estupidez", afirmou o britânico.
A discussão se repete: de um lado, a pressão para correr em qualquer condição. De outro, o temor de que uma batida (como as recentes em Silverstone e no próprio Raidillon) poderia ter consequências graves — e críticas ainda maiores à direção de prova.
Por que os carros atuais pioraram o spray?
A questão central está no regulamento de efeito solo. Para reduzir o chamado "ar sujo" e permitir que os carros andem próximos em pista seca, as regras fizeram com que o fluxo de ar e, consequentemente, a água, sejam jogados para trás, e não para os lados. O resultado? Um rastro de névoa que bloqueia totalmente a visão dos pilotos.
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Não é um problema de pneus. Vários testes foram feitos com "asas" e coberturas para as rodas — mas estudos da FIA com McLaren, Mercedes e Ferrari mostraram que o grosso do spray sai do assoalho, não dos pneus. Ou seja: qualquer solução que corte esse spray também destruiria a eficiência aerodinâmica e a performance do carro.
Fred Vasseur, chefe da Ferrari, resume: "O spray vem do assoalho. Só dá para mexer nisso tirando toda a performance do carro."
2026 pode ajudar, mas não vai resolver
As novas regras de 2026 devem suavizar um pouco o problema, já que os túneis venturi (responsáveis pelo efeito solo) serão menos potentes. Mesmo assim, a expectativa é que ainda haja muito downforce — e, portanto, bastante spray.
Sem uma solução mágica, só resta esperar pela melhora das condições — mesmo que a torcida e parte do grid torçam o nariz para essa abordagem conservadora. Como alerta Vasseur: "Se acontece um acidente porque a visibilidade é ruim, todo mundo vai culpar a direção de prova".
O consenso atual? Melhor errar pelo excesso de cautela do que arriscar um acidente grave. Enquanto a F1 seguir dependente do efeito solo para performance, o problema das corridas molhadas está longe de ser resolvido.
Fonte: The Race
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