Como o problema de altura do SF-25 e a decisão de última hora arruinaram a chance de vitória de Leclerc na Hungria
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Como o problema de altura do SF-25 e a decisão de última hora arruinaram a chance de vitória de Leclerc na Hungria
Charles Leclerc garantiu a primeira pole da Ferrari em 2025, mas o domingo de Hungaroring terminou com decepção: perdeu não só a vitória como o pódio, fechando apenas em quarto. O que parecia um roteiro perfeito virou mais um capítulo de frustração para a Scuderia — e tudo por conta de um ajuste emergencial de última hora para evitar problemas com a altura mínima do assoalho.
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Ferrari entrega ouro em estratégia e acerto
Em uma temporada dominada pela McLaren, qualquer brecha para vencer precisa ser aproveitada ao máximo. A pole de Leclerc foi conquistada com uma volta impecável no Q3, e o monegasco manteve a liderança nas primeiras voltas, com Norris preso atrás de Russell e Piastri como maior ameaça real.
Tudo parecia sob controle: Leclerc conseguiu segurar o undercut de Piastri, e a Ferrari apostava na estratégia tradicional de duas paradas (médios e duros). Enquanto isso, Norris arriscou a tática de um pit stop só, estendendo o stint inicial e ganhando a ponta após as primeiras paradas dos rivais.
Ainda assim, o #16 estava numa posição confortável, com ritmo sólido, liderando em pista livre e mantendo vantagem até a segunda janela de pit stops. A vitória parecia encaminhada — A imagem abaixo mostra um segundo stint bem consistente de Leclerc com pneus duros.
Pressão por desgaste do assoalho muda tudo
A Ferrari, preocupada com o desgaste excessivo do assoalho (plank), decidiu aumentar a pressão dos pneus para o stint final — solução usada por Hamilton na China, quando acabou desclassificado pelo mesmo motivo. A medida era para evitar que o fundo do carro raspasse demais no solo, risco que também forçou a equipe a rodar o motor em modo de potência reduzida desde o início da prova.
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O resultado: Leclerc voltou dos boxes após o último pit ainda no controle, mas seu ritmo despencou abruptamente. Segundo os dados de telemetria, chegou a rodar até 1s4 mais lento por volta que Piastri, perdendo rapidamente a liderança, o pódio e ficando vulnerável inclusive a Russell. Piastri passou sem esforço, seguido pelo piloto da Mercedes — uma virada que parecia impensável no início da corrida.
Na imagem acima do site PlanetF1 é possível ver o quanto o ritmo caiu.
Comunicação falha e adaptação inexistente
Outro problema evidente foi a falta de diálogo claro entre equipe e piloto. Leclerc poderia ter tentado adaptar o estilo de pilotagem (frear antes, aliviar o acelerador em zonas críticas) para minimizar o desgaste do assoalho, mas, ao que tudo indica, a equipe não confiou no piloto para gerenciar esse aspecto na pista.
O acerto preventivo matou o desempenho e tornou impossível reagir. Mais uma vez, faltou sintonia no comando da Ferrari, que comprometeu não só a corrida de Leclerc como também deixou Hamilton fora dos pontos — um desastre duplo para a equipe de Maranello.
Resumo: lição dura e alerta para a segunda metade do campeonato
Ferrari jogou fora sua melhor chance de vitória em 2025 por excesso de cautela e comunicação falha. O caso serve de alerta: a gestão da altura mínima do carro e a confiança no piloto para lidar com situações críticas precisam evoluir. Senão, as oportunidades continuarão escapando — mesmo nos raros domingos em que a McLaren não está fora de alcance.
Fonte: PlanetF1.com