FIA fecha brechas no regulamento de 2026 para coibir truques de resfriamento dos pneus
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FIA fecha brechas no regulamento de 2026 para coibir truques de resfriamento dos pneus
A FIA aprovou ajustes importantes nas regras técnicas para 2026, com o objetivo de evitar que equipes explorem brechas relacionadas ao resfriamento dos pneus e estratégias extremas de regeneração de energia.
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A medida chega após especulações sobre a McLaren ter alguma solução inovadora — e legal — que lhe permite controlar melhor a temperatura dos pneus, algo que tem sido visto como uma das principais armas do time nesta temporada.
Apesar das inspeções repetidas da FIA não terem encontrado nenhuma irregularidade nos sistemas do MCL39, a entidade resolveu agir para fechar qualquer margem de interpretação nas regras.
O que mudou nas regras
A antiga redação do artigo 10.8.3 proibia explicitamente apenas dispositivos de aquecimento ou de manutenção da temperatura das rodas, freios e cubos. A nova versão, no entanto, inclui também qualquer sistema cujo efeito seja resfriar essas partes. Veja o comparativo:
Antes:
> "Qualquer dispositivo, sistema ou procedimento [...] que tenha como propósito ou efeito aquecer ou manter a temperatura dos cubos ou freios acima da temperatura ambiente [...] é proibido."
Agora:
> "Qualquer dispositivo, sistema ou procedimento [...] cujo propósito ou efeito seja aquecer, resfriar ou manter a temperatura das rodas completas, cubos ou freios é proibido."
Além disso, a restrição passou a cobrir toda a roda, e não apenas os cubos e freios, ampliando significativamente a área sob vigilância.
Outro ponto incluído nas novas regras é que as carenagens das suspensões agora devem ser "seladas internamente para evitar qualquer fluxo de ar interno" — medida pensada para impedir tentativas de canalizar ar frio pelas suspensões em direção aos freios ou rodas.
Por que agora?
A FIA não indicou que estas mudanças foram uma resposta direta à McLaren, mas sim uma forma de prevenir que outras equipes levem interpretações criativas do regulamento ao limite em 2026.
Segundo a entidade, é comum revisar regras a cada temporada para manter a competitividade e a equidade técnica. As alterações foram discutidas no Comitê Técnico Consultivo com as equipes.
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E sobre as baterias?
O pacote de atualizações para 2026 também aborda um ponto sensível sobre a regeneração de energia durante classificações. Existe a preocupação de que pilotos precisariam realizar voltas de saída pouco convencionais — freando ou acelerando de maneira extrema — apenas para carregar suas baterias.
Para mitigar isso, a FIA adicionou ao regulamento uma cláusula que permite reduzir o limite de regeneração de 8.5MJ para até 5MJ em pistas onde as estratégias de harvesting sejam consideradas excessivas ou problemáticas do ponto de vista da segurança.
A ideia é evitar situações perigosas e tornar a condução mais natural, sem a necessidade de "forçar" o motor em curvas lentas apenas para maximizar a energia da bateria — algo que o próprio Adrian Newey já havia antecipado como um risco em declarações anteriores.
Fonte: The-Race.com