Efeito real da nova regra sobre asas flexíveis ainda pode virar o jogo na F1 2025

A esperada mudança na hierarquia da Fórmula 1 após a nova diretriz sobre asas dianteiras flexíveis não se concretizou no GP da Espanha. A McLaren manteve o domínio com uma dobradinha, e a maioria das equipes afirmou não ter sentido grandes alterações. Mas será que o verdadeiro impacto ainda está por vir?

Mudança sutil, mas significativa

James Allison, diretor técnico da Mercedes, resumiu bem: “Se alienígenas estivessem assistindo de longe, provavelmente não notariam que houve uma mudança técnica na Espanha.”

De fato, o efeito imediato foi discreto. Mas, como explicou Andrea Stella, chefe da McLaren, a alteração no comportamento dos carros é real — embora difícil de perceber sem análise detalhada. As novas asas, mais rígidas, exigem que as equipes escolham entre perder performance em curvas de baixa (por mais subesterço) ou em alta (por mais sobresterço).

Christian Horner, da Red Bull, acrescentou que, com a devida antecedência, todas as equipes tiveram tempo de adaptar seus carros para absorver a mudança com setups alternativos, como ajustes de suspensão e diferencial.

Pistas futuras devem expor diferenças

Com o calendário se movendo para pistas como Montreal (com curvas lentas e médias, além de zebras traiçoeiras), Red Bull Ring (mais versátil em velocidades) e Silverstone (altíssima velocidade), é possível que as consequências do novo regulamento se tornem mais visíveis.

Na Espanha, McLaren brilhou, como esperado em clima quente, mas Verstappen surpreendeu com uma estratégia agressiva. Durante o stint com pneus médios, ele chegou a preocupar os engenheiros da McLaren, que pediram mais ritmo a seus pilotos — e ouviram em resposta que “não havia muito mais para extrair”.

Um impacto invisível, mas real

Fred Vasseur, da Ferrari, acredita que a mudança nas asas pode, sim, ter efeito perceptível na briga do pelotão. “Se você muda a performance em um décimo, isso já pode alterar completamente a ordem do grid”, afirmou.

Exemplos disso podem ter passado despercebidos. A Sauber fez sua melhor corrida em três anos. A Alpine pontuou. E a Williams, dominante entre os times médios até então, desapareceu. Para Pierre Gasly, “está tudo um pouco estranho”.

Ainda é cedo para conclusões definitivas. Mas o GP do Canadá promete ser um novo termômetro para avaliar se a diretriz sobre asas flexíveis realmente reequilibrará as forças na F1 2025 — ou se a McLaren continuará ditando o ritmo.

Fonte: The-Race.com