Hamilton em queda livre? Desafios na Ferrari alimentam dúvidas sobre futuro do heptacampeão
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Hamilton em queda livre? Desafios na Ferrari alimentam dúvidas sobre futuro do heptacampeão
A estreia de Lewis Hamilton na Ferrari gerou grande expectativa no início do ano, mas poucos meses depois, a realidade é bem menos brilhante. Após mais um resultado decepcionante no GP da Espanha — sexto lugar graças a uma punição de Verstappen, que, sem ela, o deixaria em sétimo —, o tom mudou. O próprio piloto descreveu a corrida como “a pior que já experimentei”. Com 365 GPs no currículo, essa é uma afirmação que pesa.
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Johnny Herbert, ex-piloto e comentarista frequente, opinou que Hamilton “perdeu o rumo” na Ferrari e sugeriu que a equipe deveria concentrar esforços em Charles Leclerc, 13 anos mais jovem e atual líder interno da escuderia. Embora suas declarações frequentemente alimentem manchetes, é difícil ignorar os números: Hamilton ocupa a sexta posição no campeonato, 23 pontos atrás de seu companheiro monegasco.
Mas seria justo dizer que o britânico está em queda livre? Ou é apenas uma fase natural de adaptação, agravada por uma série de dificuldades técnicas e estratégicas?
A resposta não é simples.
A Ferrari ainda enfrenta problemas de acerto fino, especialmente com a altura do carro e a rigidez da suspensão — aspectos que afetam diretamente o estilo de pilotagem de Hamilton, que prefere um carro mais firme e direto. O desgaste da prancha que levou à desclassificação na China foi sintomático desse desalinhamento entre carro e piloto.
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Além disso, os upgrades da SF-25 demoraram a chegar, e a equipe ainda enfrenta dificuldades estratégicas. Hamilton também está ajustando sua relação com o novo engenheiro de corrida e lidando com a barreira linguística, o que complica ainda mais a comunicação em momentos críticos.
Outro fator frequentemente ignorado é a transição cultural. Deixar uma equipe britânica como a Mercedes para trabalhar no ambiente tipicamente italiano da Ferrari exige adaptação, algo que nem grandes campeões como Alain Prost, Fernando Alonso e Sebastian Vettel conseguiram transformar em títulos.
Ainda assim, fontes próximas à equipe apontam que Hamilton continua comprometido: passa horas em Maranello, trabalha até tarde durante os fins de semana de corrida e mergulha nos dados em busca de respostas. Seu foco segue intacto.
Mas aos 40 anos, o tempo é um recurso escasso na Fórmula 1. E mesmo os torcedores mais fervorosos começam a se perguntar se o tão sonhado oitavo título é realmente possível. A vitória na sprint da China e o otimismo após Imola já parecem memórias distantes.
A verdade é que a mudança para a Ferrari foi feita de olho em 2026, quando entra em vigor um novo regulamento técnico. A aposta de Hamilton é clara: preparar o terreno e tentar uma última chance de fazer história. Até lá, os questionamentos continuarão — e as respostas só virão com o tempo.
Fonte: Motorsport.com