De equipe cliente para rival direto: como a Sauber pode rivalizar com Ferrari no GP da Espanha
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De equipe cliente para rival direto: como a Sauber pode rivalizar com Ferrari no GP da Espanha
Até o GP da Espanha, a Sauber era considerada, com base nas médias de desempenho, o carro mais lento da temporada 2025 da Fórmula 1. Mas em Barcelona, Nico Hülkenberg superou Lewis Hamilton na última relargada e cruzou a linha de chegada em quinto lugar — o melhor resultado da equipe em três anos. A impressionante performance refletiu o efeito imediato de um pacote de atualizações que finalmente tornou o C45 mais competitivo.
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A nova especificação incluía mudanças no assoalho, na carenagem da seção "garrafa de Coca" e na asa dianteira. Mais do que adicionar força aerodinâmica, o foco foi tornar o carro mais previsível e controlável em condições adversas. Como explicou Inaki Rueda, diretor esportivo da equipe: "Não esperamos grande ganho em pico de downforce, mas sim um carro mais guiável."
Esse era justamente o maior problema do modelo C45: seu comportamento instável, especialmente ao enfrentar turbulência de outros carros. A equipe vinha lutando para controlar esse perfil “arisco” desde os primeiros testes do ano.
Apesar da sorte no timing da parada nos boxes sob safety car — que deu a Hülkenberg pneus macios novos para o trecho final —, a boa performance já vinha se desenhando. O alemão tinha subido para oitavo por mérito antes da quebra do motor de Kimi Antonelli. Gabriel Bortoleto também se destacou ao classificar-se em 12º, a apenas 0,145s do top 10.
Imagem de: The-Race.com
Para avaliar o impacto do pacote, a equipe fez um comparativo direto: Hülkenberg correu com as atualizações e Bortoleto com a versão anterior. O alemão foi 0,367s mais rápido, especialmente no setor final, onde o novo acerto ajudou na gestão dos pneus e na estabilidade do carro.
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Embora a atualização tenha coincidido com a nova diretiva técnica da FIA que limita a flexibilidade da asa dianteira, esse fator foi responsável por apenas 10% do pacote. A maior parte do ganho veio mesmo da remodelação aerodinâmica. Gary Anderson, ex-projetista e analista técnico, destacou mudanças sutis porém eficazes, como a reformulação do contorno superior da lateral, permitindo melhor direcionamento do fluxo de ar para a área da “garrafa de Coca”, que influencia o desempenho do difusor.
Imagem de: The-Race.com
Imagem de: The-Race.com
O resultado é um carro que mantém mais consistência mesmo em condições reais de pista, com vento cruzado ou turbulência, um desafio que historicamente castigava a Sauber. Como destacou Jonathan Wheatley, chefe da equipe: “Ainda precisamos ver como o carro se comporta em circuitos com curvas mais lentas, mas o passo adiante é claro.”
A Sauber continua sendo, na média, a equipe mais lenta da temporada. No entanto, a performance em Barcelona mostra que há potencial para disputar pontos em algumas corridas — e isso, por si só, representa uma enorme vitória moral para uma equipe que vinha sofrendo tanto.
Fonte: The-Race.com