Testes contra asas flexíveis na F1 frustram expectativas e mostram impacto quase nulo no desempenho
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Testes contra asas flexíveis na F1 frustram expectativas e mostram impacto quase nulo no desempenho
A polêmica sobre asas flexíveis na Fórmula 1 ganhou força ao longo dos últimos meses, mas teve um desfecho modesto no fim de semana do GP da Espanha. A FIA introduziu novos testes para limitar a flexão das asas dianteiras, seguindo a linha de ações anteriores que já haviam endurecido as regras sobre flexibilidade nas asas traseiras. Apesar das expectativas, os resultados mostraram que o impacto no equilíbrio de forças foi quase imperceptível.
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A nova metodologia reduziu o limite de flexão permitido: antes, as asas podiam ceder até 15 mm sob uma carga de 1.000 Newtons; agora, o máximo é 10 mm. A alteração foi comunicada pela FIA ainda em janeiro, como parte de uma série de medidas para conter os ganhos aerodinâmicos obtidos por meio de elasticidade nas peças. A teoria era que esse tipo de flexibilidade, especialmente na asa dianteira, ajudava a suavizar o comportamento dos carros nas curvas, melhorando o equilíbrio sem prejudicar a eficiência aerodinâmica.
Red Bull foi uma das equipes que pressionou para que os novos testes entrassem em vigor o quanto antes, apontando o domínio da McLaren como suspeito de estar ligado ao uso criativo da flexibilidade. Mas, quando os testes foram aplicados em Barcelona, o cenário pouco mudou. Nem mesmo o chefe da Mercedes, Toto Wolff, que já manifestou esperança por uma “bala de prata” regulatória, saiu convencido: “Talvez às vezes a gente queira acreditar que existe uma solução mágica na F1. Mas não é o caso.”
A própria McLaren, centro das atenções, já havia testado previamente uma versão de asa dianteira compatível com as novas regras. Segundo Andrea Stella, chefe da equipe, Lando Norris usou essa peça em Imola e relatou nenhuma diferença perceptível. “Se não tivéssemos dito a ele que era uma asa nova, ele não teria notado”, afirmou. Simulações de performance também apontaram impacto quase nulo em termos de carga aerodinâmica.
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Apesar do efeito discreto, os engenheiros notaram mudanças sutis no comportamento dos carros. Sem a flexão adicional da asa dianteira, modelos com tendências a sobresterço em curvas rápidas ou subesterço em trechos lentos ficaram mais difíceis de pilotar. No entanto, isso não se traduziu em grandes perdas de tempo por volta.
Outra variável que confundiu a análise foi o fato de algumas equipes levarem atualizações para a corrida na Espanha, dificultando a comparação direta entre o desempenho antes e depois da mudança. Como não há mais testes regulares em Barcelona, a coleta de dados comparativos se tornou mais desafiadora.
Ao fim, o endurecimento dos testes serviu mais como uma mensagem regulatória do que como uma verdadeira virada técnica. O equilíbrio do grid permaneceu praticamente inalterado, e os ganhos ou perdas foram marginais – como costuma ser na Fórmula 1 moderna.
Fonte: Motorsport.com